Ministro alemão renuncia após escândalo sobre Afeganistão

da Folha Online
O ministro alemão de Trabalho e ex-titular da Defesa, Franz-Josef Jung, anunciou nesta sexta-feira sua renúncia por causa do escândalo em torno da ocultação de informação sobre um bombardeio no Afeganistão ordenado por tropas alemãs, que matou 142, incluindo civis.
"Assumo a responsabilidade pela política informativa do Ministério da Defesa quando era seu titular", disse o democrata-cristão Jung em uma declaração dada em seu ministério no dia seguinte em que o escândalo veio à tona, colocando seriamente em dúvida sua credibilidade.
O inspector-geral do Exército alemão, Wolfgang Schneiderhan, foi demitido ontem como consequência da investigação sobre o ataque, ordenado por um general alemão, que deixou dezenas de civis mortos em 4 de setembro passado na Província de Kunduz, no Afeganistão.
O secretário de Estado da Defesa, Peter Wichert, também foi afastado do cargo.
O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa, Karl-Theodor zu Guttenberg, em um comparecimento no Bundestag (Câmara Baixa do Parlamento alemão).
O escândalo veio a público depois que o jornal "Bild" publicou um relatório militar segundo o qual a Defesa "tinha claros indícios" de que houve mortes entre civis "apenas horas depois do ataque" aéreo em solo afegão. Apesar disso, o governo alemão afirmou durante dias que o bombardeio só havia atingido militantes do grupo islâmico radical Taleban.

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