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Base livra Dilma de explicar plano de direitos humanosNo lugar da ministra, convocada há duas semanas pela CCJ, quem vai comparecer é Paulo Vannuchi
Catorze dias depois de ter cochilado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e ver aprovada a convocação da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência, para dar explicações sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos no Senado, a base governista baixou em massa na comissão ontem e conseguiu anular a ida da ministra e colocar em seu lugar o ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.
Dezesseis senadores da base aliada atenderam a determinação de Dilma e participaram da sessão da comissão. A anulação da convocação foi aprovada por 16 votos a zero, já que a oposição saiu do plenário da CCJ em protesto contra o requerimento apresentado pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB).
Irritada, a oposição falou em "violação frontal do dispositivo da Constituição" e o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, anunciou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para fazer valer uma decisão autônoma da CCJ. O líder do PT na Casa, senador Aloizio Mercadante, que na semana passada protestou contra a convocação, não apareceu ontem. "Esse foi um gesto que não foi perpetrado sequer na ditadura pelo general João Batista Figueiredo", disse Virgílio.
"Temos que pensar seriamente daqui pra frente em submeter tudo que formos votar ao plano de marketing da candidatura da ministra Dilma, para não passarmos o vexame de ver uma decisão soberana do Congresso ser anulada pelos seus subordinados aqui do Parlamento", protestou o senador Tasso Jereissati (PSDB). "Por que a ministra não aceita dialogar com o Congresso? Que liderança é essa, que força moral é essa que não tem coragem de dialogar com o Parlamento?"
Líder do DEM, o senador José Agripino Maia disse que a base do governo foi mobilizada como nunca antes se viu no Senado. "Não queremos participar dessa página negra do parlamento", afirmou.
ARMADILHA
Arquiteto da operação de desconvocação de Dilma, Jucá disse que responderia a todos os ataques em um pronunciamento no plenário. E sugeriu que todos que desejam fazer perguntas eleitoreiras esperem o tempo dos debates dela como candidata a presidente. "Querem tentar pregar na ministra a pecha de medrosa. Não é. É corajosa, é firme, tem postura, mas não vamos permitir manobras eleitoreiras. Reagimos a uma armadilha. Sempre que a oposição passar dos limites, vamos usar a maioria para repor esses limites. Não vamos ser tratorados pela minoria", avisou.
Presidente da CCJ, o senador Demóstenes Torres (DEM) tentou derrubar o requerimento de Jucá, argumentando que o assunto já havia sido decidido. O líder do governo, porém, recorreu ao plenário, que acabou incluindo o requerimento extrapauta. Demóstenes colocou, então, o requerimento de Jucá como último item da pauta, ressalvando que os governistas teriam de testar a resistência da oposição. Ele ainda tentou argumentar que "até para preservar a própria Casa", os senadores não poderiam destruir as comissões, como ocorreu com as CPIs. "As CPIs hoje não dão em nada, a maioria sempre toma deliberação no sentido de apurar coisa nenhuma", disse. Por fim
Fonte:www.estadao.com.br

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