Escândalo de corrupção deixa Dourados, MS, sem comando

Entre os acusados de participar de esquema de propinas estão o prefeito, o vice, o presidente da Câmara e mais 8 vereadores.
À medida que a notícia se espalhava mais gente ia chegando. A superintendência da Polícia Federal virou o ponto escolhido pelos manifestantes. Nos gritos de protesto, a revolta contra as denúncias de corrupção na prefeitura de Dourados, no MS. Um escândalo que deixou a cidade sem governo.
Com a prisão do prefeito, vice-prefeito, presidente da Câmara e mais oito vereadores, não havia praticamente ninguém para assumir a prefeitura. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul não se pronunciou oficialmente para indicar um gestor para o município. O fato é que a segunda maior cidade do estado está sem administrador.

Foram três meses de investigações. A denúncia partiu do Secretário Municipal de Comunicação, que fez as gravações e aparece em imagens entregando dinheiro ao prefeito, Ari Artuzzi. Segundo a PF. O prefeito chefiava um esquema que fraudava licitações e desviava dinheiro público. Vinte e oito pessoas foram presas.

“O prefeito escolhia determinadas empresas que concordavam em participar do esquema, direcionava os contratos licitatórios para elas, que depois de vencer o contrato retornavam para o prefeito no mínimo 10% do valor do contrato. Esse é o mínimo, porque houve registro em que a empresa voltava até 50%”, explica o delegado federal Braulio Galone.

A prefeitura pagava também uma mensalidade aos vereadores. As gravações mostram o vereador José Carlos de Souza recebendo um maço com R$ 10 mil. ele esconde o dinheiro na camisa e comemora.

Outro vereador, Humberto Teixeira Junior, recebeu o dinheiro no carro. Segundo informações da polícia, o pagamento era sempre feito em dinheiro vivo e variava, entre R$ 5mil e R$ 10 mil por mês. Até vereadores da oposição recebiam a propina. Numa imagem aparece o vereador Aurélio Bonato recebendo o pagamento. A esposa do prefeito também estaria envolvida no esquema.

Durante a noite de ontem, o prefeito Ari Artuzi foi transferido para Campo Grande por questões de segurança. Os outros presos foram levados para o presídio de segurança máxima de Dourados.
Fonte: http://g1.globo.com

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