O MORTO-VIVO QUER DEIXAR UMA BOMBA DE MERDA PARA A POPULAÇÃO. E, PARA ISSO, QUER ENVOLVER PARLAMENTARES NA SUJEIRA

Por Conrado Vitali de Oliveira, em seu Facebook
Até os dejetos das lagoas de estabilização do reino sabem que a tramoia que chegou em forma de projeto-de-lei ao parlamento é a mais pura das merdas. Derrotado nas urnas e próximo de rolar a rampa do palácio abaixo, o monarca, numa ato de suprema inconsequência - como já havia adiantado com exclusividade o "Conde de Monte Cristo" em post anterior - fez chegar na última segunda,15, ao parlamento, propostas para aprovação de mais loteamentos destinados e a dois entupimentos explícitos: encher o embornal do amigo grande loteador de mais dinheiro e, ao mesmo tempo, fazer explodir o esgoto da sua casa (estou falando da sua casa sim, leitor). Não é preciso esperar o depoimento da diretora da autarquia real que cuida dos subterrâneos do principado para ficar de cara com o óbvio: fruto de uma farra bandida que infestou o reino de loteamentos que enriqueceram ainda mais a elite amiga do rei e aduladora do poder, a situação da rede de esgoto "administrada" por sua majestade fede a não poder mais. Qualquer novo loteamento delinquente vai provocar um colapso na rede e o ralo que vai golfar é o da sua casa, leitor, onde seus filhos tomam banho. Perceba o tamanho inacreditável da irresponsabilidade: o monarca sabe de tudo mas, como está de saída, simplesmente já age guiado pelo filosofia canalha de "Justo Veríssimo": "Eu quero que o povo se exploda". O nível de insanidade pública é tão assustador neste caso que o déspota, para fazer valer mais uma manobra concebida para tornar mais milionário ainda o amigão do rei, quer envolver parlamentares na sujeira. Fosse eu edil, dava o troco na cara do irresponsável: "Ô Pato Manco, se você não se importa com sua biografia, eu me importo e muito com a minha. Não quero ser lembrado e xingado como o vereador-cocô toda vez que o ralo do vizinho devolver ao porcelanato aquilo que deveria seguir o caminho natural do esgoto.Diga pro seu amigo loteador que sou mais eu e que ele procure outra forma de ganhar dinheiro fácil". O cheiro forte da proposta que chegou à Câmara dos Comuns tem um lado mais sórdido ainda. Deprimido pela surra pública que levou, o monarca quer inviabilizar o projeto habitacional de quem o derrotou. A manobra grita de tão calhorda. Raciocina o monarca: "Vou enviar o projeto ao parlamento, enriqueço ainda mais meu amigo financiador; divido com os parlamentares a culpa no cartório e, de quebra, me vingo duplamente da população que não me elegeu: explodo a rede esgoto que abastece o reino e obrigo o próximo governante a ter de construir uma nova estação de tratamento (o que é muito caro) antes de erguer qualquer habitação popular". Trocando em miúdos: o monarca suja a casa de todo mundo, impede que gente humilde possa ter moradia digna e vai pescar. É difícil, até para os mais decepcionados com a política, acreditar que a Câmara dos Comuns vai entrar numa roubada dessas.

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