Rio Branco sem Racismo' foi iniciada em maio deste ano. Ação foi aderida por mais de 60 entidades e conselhos locais.

Por: Duaine Rodrigues, no Sítio Geledés Instituto da Mulher Negra

 Lançada em 13 de maio deste ano, a campanha 'Rio Branco sem Racismo' é uma iniciativa da Secretaria Municipal Adjunta de Políticas da Promoção da Igualdade Racial (Seadpir), vinculada à Secretaria de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas (Sedhpa).

 A ação trabalha com diretrizes como saúde da população negra, geração de emprego e renda, mulheres, arte, educação e cultura negra e a de combate ao racismo, e contou com a adesão de mais de 60 entidades, além de todos os conselhos municipais e estaduais, de acordo com a coordenadora da iniciativa, a socióloga Jaycelene Maria da Silva.
Segundo ela, durante o lançamento, 61 termos de adesão foram assinados pela instituições. Jaycelene destaca que o cronograma do trabalho deve perdurar durante os quatro anos da gestão do prefeito Marcus Alexandre.

 "A Prefeitura de Rio Branco aderiu efetivamente à política de promoção de igualdade racial em 2011. Estamos dentro das escolas discutindo questões de preconceito e discriminação. Temos diversas ações dentro de uma diretriz maior. A campanha Rio Branco sem Racismo foi uma ideia que tivemos baseada na campanha 'Igualdade Racial é para Valer', que é uma ação nacional", explica.

 A Seadpir foi criada em janeiro deste ano, assim que Marcus Alexandre assumiu . Segundo Jaycelene, a batalha diária na Secretaria é para que sejam cumpridas leis como por exemplo, o estatuto da igualdade e a inclusão da história da África no ensino médio e fundamental no país.

 "As pessoas não querem tratar disso aqui, os gestores não querem falar de criança. É muito mais fácil abaixar a idade dos adolescentes e botar na cadeia. É a forma mais rápida de resolver isso. O estado deveria ser punido por não cumprir, por exemplo, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O estado tem que dar condições para o adolescente se ressocializar. Tudo isso acontece nesse país porque nossos parlamentares são muito ruins, semianalfabetos. Falta apoio parlamentar, as emendas são muito poucas", comenta. 

 A coordenadora ressalta que a iniciativa tem como principal desafio efetivar políticas públicas que sejam diretamente ligadas ao tema e trabalhar para minimizar a desigualdade existente na sociedade.

 "Costumo dizer que a campanha é que está levando a gente para fora. Agora, desde o dia 13 de maio, dia da libertação dos escravos, nós estamos nessa luta. As pessoas não querem ver isso, mas nós, com o nosso trabalho, quebramos esse paradigma. Com a campanha, assumimos o desafio de efetivar essas políticas públicas e trabalharmos a desigualdade. Nos primeiros 30 dias da campanha a colocamos na rua e apresentamos junto com a Secretaria e as ações promovidas por ela", finaliza Jaycelene da Silva.

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