Da DireCom Guaíra/SP:
A obsessão da rádio Cultura em querer atacar toda e qualquer iniciativa promovida pelo governo Sérgio de Mello realmente parece não ter limite. Em seu perfil no Facebook, a emissora lançou novo disparo, desta vez contra o espetáculo “Revivendo o Calvário”, ocorrido na sexta-feira 18, data em que os católicos celebraram a Paixão de Cristo.
O comentário referia-se a uma especulação segundo a qual a Coordenadoria de Cultura da Prefeitura estudava incorporar à encenação elementos do grupo guairense EletroAfro. Ao encerrar o texto, a rádio parece ter comemorado o fato de a sugestão não ter seguido adiante: “Houve críticas e, pelo menos neste ano, Jesus escapou da batucada”.
O tom jocoso da nota provocou indignação. O coordenador de Cultura Pitt Dias, citado no texto da rádio, revidou: “Foi um comentário preconceituoso do começo ao fim. É realmente lamentável essa falta de limite. Eles [rádio Cultura] usufruem, fazem perseguição política e ganham dinheiro a partir de uma concessão pública”, disse. Pitt também observou que a emissora deveria cumprir, ao menos, com a defesa dos princípios contidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que fazem parte do código de ética dos jornalistas.
“O comentário infeliz abre espaço para um entendimento cruel, especialmente para nós da cultura afro: sugere que os batuques são elementos sem virtude alguma e representam uma falta de respeito com a fé cristã”, comentou. Segundo Pitt, a história mostra que os “batuques” também eram elementos festivos no cotidiano da comunidade onde Jesus viveu. “Aliás, o batuque foi um dos primeiros meios de comunicação, como mostram vários estudos arqueológicos, numa época em que o ser humano nem havia desenvolvido a fala”, disse. Portanto, acrescentou Pitt, “comemorar” o fato de Jesus ter escapado dos “batuques” é uma ignorância histórica sem precedentes. “Mesmo hoje, por exemplo, qual altar de igreja não tem um elemento percussivo?”, pergunta.
Pitt realmente ficou bravo com a história, que rapidamente ganhou reação em vários perfis no Facebook. “E ainda existe uma disputa política por trás desse episódio. Para a rádio, Guaíra está vivendo um período de caos. Todas as ações do prefeito Sérgio de Mello eles buscam desqualificar. Nem o programa de construção de casas populares para famílias carentes escapa. É até engraçado. Sinceramente pensei que eles fossem dar uma trégua com a promoção do espetáculo Revivendo o Calvário. Mas não. Foram além. A raiva ajuda expor sentimentos associados à ela e o preconceito é um deles. Felizmente, além do mal jornalismo, ficou claro para a comunidade que também são preconceituosos”, lamentou.
Pitt acredita que o furor da rádio contra o governo está relacionado à falta de contrato entre a emissora e a Prefeitura. “O jornalismo que eles praticam é tão ruim, mas tão ruim, que nem ouvir todas as pessoas envolvidas em uma notícia eles são capazes. E, agora, mostraram que também acreditam que Jesus não gosta de batucadas”, finalizou.
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