O funcionalismo público é o corarão, o pulmão e os rins da administração pública

Adeir Alves

Na última segunda-feira (24), o governo federal anunciou mais uma política de contenção de gastos, que implica na redução do número de ministério, de 39 para 29, e o corte de mil cargos comissionados, importantes cortes que sinalizam para um ascendente impacto econômico nas contas públicas. O anúncio desta nova política de enxugamento por parte do governo federal ficou por conta do ministro Nelson Barbalho, do planejamento, informar a imprensa. Apenas essa medida não será suficiente, mas antes começar do que deixar o barco à deriva, sem rumo e muito menos direção. 


 Agora em nível municipal e olhando para o nosso umbigo e não mais para os dos outros, o prefeito deve adotar como exemplo a decisão de nossa Presidenta e poupar nossos funcionários públicos, como por exemplo, não cortando suas importantes horas extras. É claro que ninguém faz horas extras porque quer. Faz porque é necessário para um melhor atendimento aos munícipes. 

 Infelizmente, a decisão equivocada impetrada pelo atual governo municipal de cortar as horas extras dos funcionários públicos tem, segundo o mesmo, o propósito de conter os gastos da máquina pública, já que a mesma passa por um emperramento oriundo do déficit no orçamento público. Mas como nunca antes na história de nossa cidade havia acontecido tamanho momento de “crise do déficit orçamentário”, entretanto, essa medida inócua imposta pelo executivo municipal terá baixo impacto no orçamento público, criando ainda um mecanismo que oprime e crucifica essa classe de trabalhadores que contribuem e muito para o desenvolvimento de nosso município. 

 Os funcionários públicos desenvolvem um trabalho de excelência na gestão pública, isso ninguém tem dúvida, entra e sai gestor público, os nossos funcionários estão sempre lá, suando a camisa por uma Guaíra cada vez melhor. Na verdade, eles pertencem à classe trabalhadora que precisa do reconhecimento por parte do gestor público, todavia, eles são o nutriente mais importante que aciona o mecanismo de funcionamento da máquina administrativa para que ela possa contribuir para o bem de nossa comunidade. Com essa equivocada decisão por parte do prefeito, é bem evidente o descontentamento por parte dos funcionários públicos. 

 É aquilo: funcionário descontente é funcionário que não produz como deveria. Sempre acreditei na capacidade e no potencial por parte do funcionalismo público, porque eles são o coração, os pulmões, os rins, enfim, eles fazem parte do corpo da administração pública. Por isso o governo municipal deve cortar na própria carne sim, de forma justa, o excesso de gordura localizada, como os cargos comissionados (gordura que faz mal). E, ainda para alavancar o orçamento público, cortar os salários dos Secretários que recebem a robusta quantia de 7 mil reais que, com ou sem crise econômica, todos os meses lá está garantido esse robusto salário. 

 Bom, ao ter conhecimento sobre esta informação, o nobre leitor vai se questionar: - Mas porque então em tempos de crise o funcionário público tem suas horas extras cortadas? Talvez, seja porque existem certas regalias por parte de certos Secretários que não podem ser cortadas. É evidente que o mundo, o Brasil, o estado de São Paulo e Guaíra estão passando por uma crise de déficit, mas que podemos sim aprender com o déficit, ou seja, é de grande importância e necessidade que o gestor público adote imediatamente a política de contenção de gastos, cortando na própria carne, no próprio corpo político constituído pelos aliados. 

Com isso, o prefeito terá um monte de carne (recursos públicos) para alimentar as várias bocas dos munícipes, dando uma verdadeira lição de gestão pública ao resto do mundo. Ao aplicar esse choque de gestão, parte dos recursos públicos que deverão sobrar para os importantes investimentos, quem sabe os funcionários públicos serão os primeiros a serem contemplados, logo eles que fazem girar as engrenagens para o desenvolvimento do município. Quem sabe!

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