Zé Eduardo pode ter dado um tiro no pé

Por Adeir Alves:

Todo governo que, ao assumir um cargo público, incorpora situações que vão colocá-lo entre a cruz e espada, isso se ele quiser; e é partindo desse princípio que a vivência do jogo político, em muitos casos, têm a clara evidência que todo governo tem algo a ganhar e nada a perder, enquanto o Povo é só mais um pequeno detalhe a ser resolvido. 

 Ao ser empossado no cargo público, há governantes que acham que as devidas mudanças oriundas dos serviços públicos são necessárias para o funcionamento da máquina administrativa, até aí tudo certo, desde que não causem transtornos à vida das comunidades pagadoras de impostos. É evidente que toda mudança vinda das ações governamentais têm a obrigatoriedade de proporcionar praticidade nos serviços públicos, garantido plenos direitos à sociedade.


 Entretanto, há governos que constroem sua plataforma política atendendo os anseios da população que os elegeram. 

 Quando mencionei a plataforma de governo nutrida pelos anseios do povo, é automático, nos remete ao passado dos saudosos prefeitos: Dr. Fábio Talarico, José Pugliesi, o Minininho, Dr. Orlando Garcia Junqueira, que, no entanto, ergueram suas plataformas de governos moldados pela voz do povo. 

Quando um governo emerge sua plataforma política sem ouvir a voz do Povo, há, no entanto um distanciamento entre governo e contribuintes fecundando um estado político do que quem manda sou eu e você obedece, como diz o filósofo Mário Sérgio Cortella: “o confronto e a busca da anulação do outro é típico da relação que eu de um lado e ele do outro”, e é sobre esse conceito (governo e a anulação da voz do Povo) que temos que refletir aprofundando-nos no pleno direito de pensar com liberdade e consciência crítica sobre o porquê no palanque tudo, antes de vencer o pleito eleitoral, era bem mais fácil. 

 Saliento que esse texto tem a relevância clara e notória de externar uma crítica construtiva ao governo municipal na área da saúde pública e não diminuir as ações governamentais, para tanto acredito eu que estou prestando um grande serviço ao atual prefeito, sendo um secretário voluntário conversando com a população. 

É sobre esse momento de reflexão que gostaria muito de ler a opinião de todos quanto a esta política adotada pela equipe do chefe do executivo, na área da saúde pública, principalmente os usuários dos PSFs, que vou abordar logo abaixo? Seguindo o raciocínio do texto: O governo Municipal desativou as farmácias agregadas nas dependências dos postos de saúde (PSFs) espalhados pelas regiões periféricas, que realizava as distribuições de medicamentos para as comunidades dos referidos Bairros. A título de esclarecimento: Quem necessitava de medicamentos automaticamente era contemplado (a) com os serviços públicos perto de suas casas, nos PSFs, (políticas governamentais movidas pelo descentralizamentos dos serviços públicos) o que facilitava a vida de todos, com a mudança, a pasta da saúde direcionou todos os serviços referentes à distribuição de medicamentos, concentrando-os em um prédio localizado no Bairro Jardim Paulista – Avenida 31 nº 970. 

 Como essa política de centralização do serviço público pode trazer dificuldades nas vidas dos usuários do sistema de saúde, a meu ver, para quem reside, por exemplo, no Jardim Califórnia, Residencial Taís I e II, Residencial Lígia, José Pugliesi, Tonico Garcia, Nova Guaíra e Aniceto Carlos Nogueira, esses que estão localizados no outro lado (oeste) da cidade; imagine quem mora nos Bairros Vivendas do Bom Jardim, Bom Jesus da Lapa, Jardim Eldorado, e quem mora no Guaritá quanto tempo terão que caminhar, quem não tem veículos, às vezes debaixo de sol e chuva, para ter acesso a uma política de direitos, que antes não lhes traziam tantas dificuldades, ainda se não bastasse toda essa lonjura, tem a questão que a prefeitura terá que pagar aluguel do prédio onde está funcionando a farmácia municipal. Será que na área da saúde, onde a mesma deveria ser mais humanizada, não pensaram nos idosos, nas pessoas com deficiência, enfim na população de uma forma geral ao tomar esta decisão? Mais uma vez a população não foi ouvida! 

 Não havendo recuo por parte do prefeito Zé Eduardo, quanto a essa política centralizatória na distribuição de medicamentos, o cenário político sinaliza para o maior descaso da história descarrilando ladeira a popularidade no governo. A base aliada vai sofrer sem dever, será um tiro certeiro no coração da popularidade de sua nobre sucessora, Presidente da Câmara Municipal, Dra. Ana Beatriz Junqueira (PSDB) que ficará em maus lençóis, isso não seria bom para os planos do governo na continuação da sua base à frente da máquina pública. 

O prefeito Zé Eduardo precisa ouvir a voz da rua e absolvê-la democraticamente e, na mão única, deixar como era antes a distribuição de medicamentos nos PSFs, com isso o prefeito evitaria colocar a base aliada sobre o fogo cruzado. 

 Ainda há tempo para que o governo reconhecer que precipitou, é legítimo, é natural corrigir os erros durante o mandato! Você nobre leitor deve estar com a pulga atrás da orelha, mas o que poderia ser feito para restaurar a confiança do povo a base do governo? Nosso prefeito sentaria com a comunidade de cada Bairro ouvindo-as juntamente com os vereadores e, em consonância, teriam as ferramentas certas que proporcionariam às devidas mudanças na área da Saúde Pública.

 "Ainda brilha o sol em Guaíra, as rosas nos Bairros, hão de florir".

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