Enquanto o município sofria com a escassez de políticas habitacionais, o príncipe dos loteamentos brindava seu sucesso

Adeir Alves: 

Há vinte anos, a cidade não é contemplada acerca de uma política habitacional direcionada as famílias de baixa renda.

 Nos últimos anos o município se transformou em um verdadeiro campo fértil para os loteamentos, impulsionando um lucrativo negócio direcionado aos empresários e à imprensa. Entretanto, a escassez de programas habitacionais acendeu a política imobiliária; com isso, sem um estudo sobre o crescimento desordenado da venda de terrenos nos quatros cantos da cidade, veio a sobrecarga na rede de esgoto e o aumento no preço do aluguel. 

 O governo há época teve que correr contra o tempo para construir a “Estação de Tratamento de Esgoto (ETE)” e desativar as antigas lagoas de dejetos, para não acarretar o caos na rede de esgoto. O Paço Municipal teve que agir às pressas mais uma vez, não o prefeito que havia chancelado os inúmeros loteamentos e, sim, o outro governo eleito.

 Nessa altura você, caro leitor, deve estar se perguntando, mas quem deu o aval (a troco de quê?) para tantos empreendimentos imobiliários no curto espaço de tempo, e quem foi que assumiu a responsabilidade do comprometimento da rede de esgoto? Bom, vocês bebem o leite, mas não me perguntem a cor da vaca!? 

 Seguindo a linha de raciocínio do texto, o prefeito gastou naquele tempo, com verbas públicas, perto de sete (07) Milhões para consertar o canal de dejetos, ou seja, os precursores dessa prática deselegante ganhou muito dinheiro e, concomitante, o dono (a) da imprensa teve um papel promíscuo, pois omitia a verdade à custa de seus interesses financeiros. A matilha indômita da imprensa, sob o discurso apoteótico, ressaltava o príncipe dos loteamentos nas primeiras páginas de seu putrefato jornalão - enquanto isso - as estações de esgotos transformam-se em uma verdadeira bomba relógio pressionando o governo a usar recurso público. 

Na verdade, a construção da ETE emergiu um profícuo momento de reflexão às autoridades competentes, que precisam olhar com responsabilidade ética antes de aprovar qualquer loteamento, até porque os contribuintes não podem continuar pagando o pato e sofrendo com os erros do pretérito. 

 O que percebemos é que os interesses próprios têm ecoado mais altos do que as necessidades da população, ao invés de se preocupar com casas, nossos governantes estão preocupados com suas vantagem particulares. 

Senão bastasse a especulação imobiliária acentuada em nosso município, com mais de 4 mil lotes vazios, vem mais loteamentos, encarecendo cada vez mais os preços de terrenos. Se a população humilde que ganha pouco, custa pagar um aluguel, imagine pagar aluguel e prestação de terreno, difícil, na atual conjuntura econômica que vivemos. 

A sociedade precisa é de casas com preços justos e acessíveis. É importante, para que Guaíra volte a sorrir, que o legislativo não seda as pressões, e ponha um freio nos loteamentos até que o atual chefe do executivo fomente as tão sonhadas políticas habitacionais, corrigindo os erros históricos. 

 Pelo que estamos presenciando, a palavra tem curva e muita curva! 


 “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” Geraldo Vandré

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