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Estudantes de medicina são presos por racismo em Ribeirão Preto
Um trabalhador de 55 anos, a caminho do serviço, foi agredido e insultado por três estudantes de Medicina; eles foram levados para a cadeia de Santa Rosa de Viterbo
Um homem de 55 anos foi ofendido e agredido com um tapete de carro por três estudantes de medicina quando ia de bicicleta trabalhar, na manhã de ontem, em frente a um posto na avenida Francisco Junqueira, em Ribeirão Preto. Os três passavam de carro quando bateram fortemente nas costas do auxiliar de serviços gerais Geraldo Garcia, de 55 anos. Ele se desequilibrou e caiu da bicicleta machucando a mão, a perna, além das costas que ficaram marcadas pelo tapete de borracha. Os estudantes estão sendo acusados de injúria e racismo.
Segundo uma testemunha, após acertarem Garcia, os três fugiram comemorando a queda do auxiliar de cima da bicicleta. O motorista Adilson Castro de Morais, de 31 anos, e outros seguranças que estavam no posto em frente ao local do ocorrido e viram as agressões, entraram em outro carro e perseguiram os estudantes até a avenida 9 de Julho, quando conseguiram parar o veículo. "Nós fomos atrás deles e conseguimos fechar o carro. Depois, seguramos os meninos e chamamos a polícia", disse.
A vítima se diz espantada e confusa com o ocorrido. "Eu estava indo trabalhar e de repente ouvi eles gritando “ô seu negro, ô seu negro” e senti algo em minhas costas", afirmou. Com os dedos ralados e as costas marcadas, Geraldo Garcia disse que essa foi a primeira vez em que foi agredido por ser negro. "Isso nunca me aconteceu, estou triste, frustrado. Eu não perturbo ninguém, não fiz nada com ninguém, estava indo trabalhar, isso é o fim do mundo", desabafou.
Abrahão Afiune Júnior, de 19 anos, Emílio Pechulo Ederson, de 20 anos e Felipe Grion Trevisani, de 21 anos, foram presos em flagrante. No plantão da polícia, o delegado, Mauro Coraucci, informou que a pena para o crime de racismo é inafiançável e pode ter de um a três anos de reclusão.

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