Oposição diz que palavrão de Lula em discurso é “baixaria” e “grosseria”


A retórica do presidente Lula já foi alvo de todo tipo de polêmica. Sua linguagem é para lá de eficiente: como poucos, Lula consegue estabelecer empatia com o povão, qualidade que tem reflexo direto em sua popularidade. Ao abusar deste recurso, o presidente se arrisca. Recentemente sua linguagem virou mote até de propaganda de papel higiênico.
Mas esta semana lula ultrapassou a barreira do popular e resvalou para o vulgar ao usar uma palavra chula – do dia-a-dia, mas chula. Ao discursar sobre os investimentos do governo em saneamento básico, declarou: ”Não quero saber se o João Castelo (prefeito de São Luís) é do PSDB, se outro é do PFL (hoje, DEM) e não quero saber se é do PT. Eu quero saber se o povo está na merda. Eu quero tirar o povo da merda em que ele se encontra”.
A oposição reagiu atacando. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, soltou nota afirmando que a declaração do presidente “choca menos pela grosseria do que pela sinceridade.” Para o senador, “de fato, o povo vai mal”, e “na saúde, na educação, na segurança pública, nas estradas, nos portos, na energia elétrica, há uma distância chocante entre a dura realidade dos brasileiros e o triunfalismo dos discursos do presidente Lula”.
Os Democratas foram mais diretos. Classificaram de “baixaria” a declaração de Lula. Irônicos, declaram que não se pode desmentir a afirmação presidencial: “depois de oito anos do governo dele, o povo realmente está na merda: na merda da violência, na merda da ignorância, na merda da saúde…”, afirma o site do partido.
É triste e preocupante que o debate de temas públicos importantes acabe reduzido a nível tão rasteiro, seja por parte do presidente, seja por seus opositores.

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