PF entrega relatório preliminar sobre operação contra corrupção no DF ao STJ

A Polícia Federal entregou nesta quarta-feira ao ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Fernando Gonçalves, um relatório parcial com a análise do material apreendido na operação Caixa de Pandora, que investiga um suposto esquema de corrupção no governo José Roberto Arruda (sem partido) por meio de pagamentos a políticos aliados.

A PF não confirmou se houve a sugestão para a quebra de sigilos bancário e fiscal dos envolvidos, além da tomada de novos depoimentos. O relatório tem 98 páginas, com 34 anexos. Foram analisados o conteúdo dos documentos e dos vídeos que são utilizados como provas do inquérito.
Segundo informações da PF, a perícia em todo material não foi concluída. Segundo informações do STJ, o ministro Fernando Gonçalves não deve avaliar o relatório nesta quarta-feira porque deve participar da sessão no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O relatório tem analises parciais sobre as imagens que foram repassadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais e delator do esquema, Durval Barbosa, que comprovariam o envolvimento do governador, de secretários de governo e deputados distritais, além de empresários.
A PF deve indicar se os vídeos foram manipulados e se essa possível alteração da cena é prejudicial ao processo.
Após acertar a delação premiada com a PF, em troca de redução de pena em condenações sofridas no governo Joaquim Roriz (PSC), Barbosa concordou em realizar escutas para provar o suposto pagamento de propina para deputados do DF. Ele fazia as escutas sozinhos, sem o acompanhamento de agentes.
Durante a operação, foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão em gabinetes de órgãos públicos, residências e empresas localizadas em Brasília (DF), Goiânia (GO) e Belo Horizonte (MG).
Participaram da operação 150 agentes, que apreenderam computadores, mídias, documentos, além de quantias em diversas moedas R$ 700 mil, US$ 30 mil e 5.000 euros.

Ação
De acordo com despacho do ministro Fernando Gonçalves, que preside o inquérito no STJ, a gravação de Barbosa mostraria Arruda oferecendo R$ 400 mil para a base aliada.
Em outro trecho, Arruda teria ofertado outros R$ 200 mil para o mesmo destino a base aliada. A PF investiga o objetivo do suposto mensalinho pago por Arruda a aliados.
Com base nas gravações feitas por Barbosa, a PF realizou buscas nas seguintes empresas: Infoeducacional, Vertax, Adler e Linknet.
Essas empresas, segundo o despacho do STJ, seriam responsáveis por levantar os R$ 600
mil que Arruda supostamente teria mandado oferecer à base aliada. As empresas repassariam o dinheiro ao GDF, que o encaminharia à base governista.

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