Vice de Arruda declarou patrimônio que bate o dos principais governadores do país

Paulo Octávio pode assumir o governo do DF se Arruda sofrer impeachment
O vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), declarou um patrimônio milionário na eleição de 2006, quando a chapa que integrava com o governador José Roberto Arruda foi eleita, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Dados levantados pela reportagem no tribunal mostram que só em um dos bens o vice - que pode assumir a cadeira de Arruda caso o governador sofra um impeachment - declarou possuir R$ 319,446 milhões em cotas de capital da Paulo Octavio Investimentos Imobiliários, holding de sua propriedade fundada em 1975. Ele declarou também possuir obras de arte no valor de R$ 15 mil, cotas de hotéis e apartamentos de até R$ 249 mil reais.
Procurada pela reportagem, a assessoria do vice disse que o patrimônio declarado é o que consta no TSE e que não existe nenhuma irregularidade no valor, apesar de ser “incrível”.
- É o que está declarado. Ele é dono de vinte empresas, incrível, mas é o patrimônio dele. Todas as contas foram aprovadas.
O patrimônio declarado por Paulo Octávio supera as declarações somadas dos principais governadores do País. O de São Paulo, José Serra (PSDB), o de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e o do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), todos eleitos em 2006, têm juntos patrimônio declarado de R$ 2,3 milhões. Os tucanos registraram bens como apartamentos, carros, salas comerciais, que juntos deram R$ 872 mil para Serra e R$ 831 mil para Aécio, enquanto o governador do Rio declarou R$ 647,5 mil.
Já o patrimônio de Arruda, de acordo com acompanhamento das declarações junto à Justiça Eleitoral, teria passado de R$ 600 mil, em 2006, para R$ 7 milhões este ano. Arruda rebateu a reportagem do jornal O Estado de S.Paulo e alegou que seu patrimônio era de R$ 682 mil em 2007 e passou para R$ 1 milhão em 2008, variação de 46%.
Arruda ganhou a cena política após a operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, citá-lo no esquema que ficou conhecido como mensalão do DEM, suposto pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio. Em um dos vídeos, Arruda aparece recebendo dinheiro.

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