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Segurança de padaria diz que matou rapaz por achar que ele estava armadoFoto do vigia Eduardo Soares Pompeu, suspeito de matar empresário a facadas

O segurança Eduardo Soares Pompeu, 47, admitiu ter matado com uma facada o empresário Dácio Múcio de Souza Júnior, 29, na madrugada de domingo (27) em uma padaria de Higienópolis (centro de São Paulo).
Em depoimento à Polícia Civil na madrugada de ontem, após entregar-se, ele disse ter agido em legítima defesa. "Ele se sentiu ameaçado pela vítima e a agrediu", disse a advogada Adriana Wada Ueda.
Segundo ela, Pompeu, que era funcionário da padaria Dona Deôla, só esfaqueou Souza Júnior porque a vítima parecia estar armada. A versão é diferente da apresentada por ela nesta semana, segundo a qual o suspeito tomou uma faca da mão do empresário e a usou contra ele.

A família da vítima reafirmou que a versão da defesa de Pompeu é fantasiosa e absurda.
Quarta-feira (30), a Justiça decretou a prisão temporária do segurança por 30 dias. Conforme a polícia, ao menos dez pessoas viram a discussão entre a vítima e o suspeito, mas nenhuma das que prestou depoimento disse ter visto o golpe com a faca.
O depoimento que embasou o pedido de prisão temporária, segundo o delegado da 1º Seccional da capital, Aldo Galiano, foi o de uma funcionária da padaria, que disse que Pompeu tinha algo embaixo da camisa. "Ela não sabia o que era. Mas avisou o Dácio para se cuidar."

O segurança disse à polícia que jogou a arma do crime em uma caçamba a duas quadras da padaria. Ontem, porém, policiais que foram até o local não encontraram a faca. Acharam apenas um saco de pão da padaria que, conforme a polícia, tinha manchas de sangue.
A advogada de Pompeu disse que, visualmente, não havia sangue na embalagem. O material foi enviado para a perícia.
Souza Júnior, um dos cinco filhos de Dácio Múcio de Souza, presidente do Grupo Europa, morreu 20 minutos após discutir com o segurança na padaria. O empresário e a irmã Nathalia Souza haviam ido ao local lanchar. A vítima discutiu com o segurança porque uma semana antes ele teria ofendido Nathalia no mesmo estabelecimento.

Festa em SP tem recorde de público, sem ocorrências gravesA comemoração da chegada de 2010 teve recorde de público

O comandante do policiamento na região central de São Paulo, coronel Marcos Roberto Chaves, afirmou nesta madrugada que o Réveillon na avenida Paulista teve um público recorde e nenhuma ocorrência de gravidade. Ainda de acordo com o policial militar, houve cerca de 300 atendimentos médicos por mal estar e embriaguez. "Temos algumas dezenas de documentos extraviados encontrados", afirmou. De acordo com o PM, o evento teve cerca de 2 milhões e 500 mil presentes.

O diretor da Playcorp, empresa que organiza o Réveillon, Marcelo Flores, disse que a queima de fogos transcorreu sem problemas. "O público compareceu mesmo com a chuva, foi tudo dentro do esperado e planejado", disse Flores.
Por volta da 1h, o sambista Martinho da Vila aimava a festa com seus sucessos. O grupo KLB fez uma homenagem aos Beatles, que em 2010 completam 50 anos. A festa terminou com o show da bateria da Mocidade Alegre, campeão do Carnaval 2009, que subiu ao palco às 2h e fez uma apresentação de uma hora. A Avenida Paulista deverá ser desbloqueada às 7h30, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

A chegada do Ano-Novo na avenida Paulista, em São Paulo, foi marcada por uma manifestação de patriotismo do público presente. Um coro de "Brasil, Brasil", puxado pelos sertanejos Edson & Hudson e entoado pelo público, marcou a queima de fogos, que teve duração de cerca de 15 minutos.
Pouco antes dos fogos de artifício, o mestre de cerimônias da festa anunciou o novo recorde de público. A trilha sonora da virada teve a execução da sinfonia "Heróica", do compositor russo Tchaikovsky, e do Brasileirinho.

Ano-Novo em favela atrai turistas estrangeiros no Rio
Cerca de 30 turistas estrangeiros pagaram R$ 250 cada um para aproveitar a paz estabelecida pela instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e a vista privilegiada da Praia de Copacabana na festa de Réveillon no alto do Morro Pavão-Pavãozinho. A festa começou no ponto de encontro do grupo, na esquina da Ladeira Saint Roman com a Rua Sá Ferreira, onde todos se prepararam para iniciar a subida dos mais de 350 degraus que levavam à casa que foi sede da "Festa da Laje".

Os turistas foram recepcionados por ritmistas mirins do Projeto Favela Surf, da Escola de Samba Alegria da Zona Sul, composta, em sua maioria por moradores dos morros do Pavão e do vizinho Cantagalo. Os moradores mostraram-se bons anfitriões e esbanjaram simpatia. "Happy new year", desejou um morador a um dos turistas, sem saber que tratava-se de um paulista. O visitante respondeu na mesma língua e justificou que foi "para não cortar a onda dele".

Na festa, as bebidas eram caipirinha e espumante. "Porque quem bebe cerveja não para de beber", disse a dona da casa que sediou a festa, Azelina Viana dos Santos, 66 anos, moradora no morro desde 1959. Para ela, que pela primeira vez recebia estrangeiros numa festa em sua casa, a instalação da UPP em nada modificou sua vida.

"Se eu dissesse que melhorou ou piorou estaria mentindo. Para mim nunca teve tempo ruim. Sempre me respeitaram", contou a proprietária da casa, que com dois quartos, igual número de banheiros, sala e cozinha, recebeu aproximadamente 50 pessoas para comemorar a virada.

Exótico que atrai
O clima de tranquilidade que pouca coisa mudou na vida de Dona Azelina, permitiu a ida de turistas até o morro. "Soubemos dessa festa em uma reportagem e procuramos informações. Inicialmente, ficamos receosos, por conta dos casos de violência de que sempre ouvimos falar, mas quando soubemos da UPP, confirmamos presença", disse o administrador paulistano Guilherme Abreu, 58 anos, que levou a mulher e o filho.
Para a esposa do administrador, a artista plástica Ana Maria Rudge, 44, a ida ao Pavão-Pavãozinho é uma "oportunidade única em minha vida". "Nunca estivemos em um lugar parecido com esse. Em São Paulo, as comunidades são distantes de onde vivemos. Como não queríamos ficar no meio da muvuca da Praia de Copacabana, viemos para cá: um lugar diferente e com uma vista maravilhosa de toda a orla carioca", disse ela.

Já para o inglês Adam Battilana, 28 anos, a UPP veio em boa hora, e "abrirá a porta das comunidades cariocas para pessoas de todo o planeta". "Costumo vir ao Rio e já tinha ido em comunidades para bailes funk, mas sempre em companhia de moradores, e com um pé atrás. Poder vir para cá com toda essa calma e tranquilidade é ótimo", comemorou.
O dono da agência de turismo responsável por organizar a "Festa da Laje", Hércules Gusmão, 46 anos, afirmou que só foi possível a realização do evento depois da instalação da UPP. "A ideia da festa surgiu há uns dois anos, mas nunca saiu do papel por não sentirmos segurança para a realização do evento. Com a presença maciça da polícia foi possível trazer o turista para cá. Não fosse a ocupação, a festa não aconteceria", contou o proprietário da Ipanema 4 Travel, referindo-se à atuação da Polícia Militar, que disponibilizou efetivo superior a 100 homens no Pavão-Pavãozinho.

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