José Mendonça fala sobre terreno da APAE. JORNAL O GUAÍRA DE 30 DE ABRIL DE 2011 - PÁG. 03.

Vereador afirma que é contra o uso de terreno para a construção de predinhos e diz que falta planejamento da atual administração em gerenciar os R$ 100 milhões de orçamento.
O vereador José Mendonça (PDT) concedeu entrevista onde fala aberta-mente sobre a polêmica do terreno da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais. O parlamentar que sempre foi a favor da doação total do terreno para entidade pela prefeitura, re-força seu posicionamento de que é contra o uso do terreno por parte da prefeitura municipal para a construção de casas populares. Segundo José Mendonça, um município que tem um orçamento anual de R$ 100 milhões não pode prejudicar a expansão de uma entidade como a APAE em razão da construção de predinhos populares, o que poderia ser feito através da compra de um terreno pela administração. Confira a entrevista na íntegra:

O Guaíra: José Mendonça, qual seu posicionamento sobre a polêmica do terreno da APAE?
José Mendonça: Primeiramente, gostaria de agradecer a oportunidade esclarecer mais este assunto para a minha comunidade. Quero primeiro dizer para políticos da nossa cidade, que vivem da política, que, como trabalhador não tenho tempo de ficar disseminando inverdades. Quando julgo necessário, procuro pela imprensa para esclarecer meu posicionamento, que é sempre verdadeiro e baseado na coerência e bom senso. Sobre o terreno da APAE, só quero esclarecer que continuo firme no meu posicionamento e sou contrário da decisão do senhor prefeito em tomar parte da área que pertence a esta entidade. Não sou contra a construção de casas, muito pelo contrário, sou um defensor árduo de Guaíra ter uma política habitacional que contemple aqueles que mais necessitam de moradias. Mas, não podemos ter o erro de tirar um terreno de uma entidade tão importante como a APAE, só porque não existe planejamento da atual administração para bem aplicar os R$ 100 milhões que ela possui de orçamento por ano. A entidade tem um projeto de expansão para os próximos 10 anos e como julga de direito, aquele terreno na sua totalidade. Por isso, reafirmo meu compromisso com a construção de casas, somos seres humanos, e não podemos abandonar esta entidade que tanto faz por nossa comunidade.

O Guaíra: Conta administradores que já passaram pela prefeitura que este terreno foi doado na sua totalidade pelo ex-prefeito Aloizio Lelis Santana. O que você tem conhecimento sobre este fato?
José Mendonça: Olha, desde que me entendo por gente, tenho convicção que aquele terreno na sua totalidade pertence a APAE. Pelo que tenho conhecimento, o terreno foi doado pelo ex-prefeito Aloizio que consultou um especialista na área desta entidade para definir a área necessária para o crescimento da APAE. Agora, se no passado, um prefeito já tinha esta mentalidade, porque hoje, quando as pessoas precisam ter planejamento, visão de futuro, estão tendo um erro grave como este de pensar pequeno e prejudicar esta entidade? Realmente, não entendo. Quero aqui pensar que seja mau planejamento, e não uma falta de visão de futuro do atual prefeito. Tomar o terreno da APAE é o mesmo que derrubar uma ponte entre duas cidades; impedirá seu desenvolvimento.

O Guaíra: A atual administração justifica afirmando que a entidade não utiliza na sua totalidade o terreno onde está localizado o seu prédio e não deverá utilizar a outra área que pode ser utilizada para a construção de casas. O que você tem a dizer sobre isto?
José Mendonça: Primeiramente, pelo que eu entendo de Direito, a pessoa, empresa ou entidade só pode fazer ampliação, construção e benfeitorias, em um terreno, prédio que lhe pertence. Até o início deste ano, se a população não tem conhecimento, esta área não pertencia nem à prefeitura e nem à APAE. Era uma área que no pensamento de todos os guairenses pertencia à APAE, mas sem documento passado. Para a entidade ser beneficiada com qualquer recurso dos governos do Estado e da União, seria necessário ter a escritura do terreno. Sendo assim, qualquer projeto de ampliação ou reforma, ficaria inviável. Agora, a entidade inicia uma nova etapa de sua história e corremos o risco de impedir esta expansão.

O Guaíra: No começo da entrevista, você mandou recado para alguma pessoa?
José Mendonça: Com todo respeito, não sou homem de mandar recado, mas tenho comigo que devemos respeitar quem nos respeita. Existem pessoas em nossa cidade que vive da política, não sabem fazer outra coisa, e diante disto vivem disseminando na comunidade inverdades. Chegam a dizer até que existem vereadores com votos definidos em favor da venda do terreno da APAE. Pelo que sinto nesta Casa de Leis, o posicionamento dos vereadores não mudou. Existe a preocupação sim com a construção de casas, mas também o comprometimento com a nossa entidade. Quero dizer a esta pessoa que ao invés de ficar falando inverdades, disseminando a discórdia, pense um pouco na sua cidade, trabalhe pela sua população e arrume um emprego, pois o trabalho dignifica o homem.

O Guaíra: Mas, temos que perguntá-lo. Se existisse um projeto hoje na Casa de Leis para uso daquela área da APAE para a construção de casas, qual seria seu posicionamento?

José Mendonça: Antes de responder a esta pergunta, quero fazer uma consideração. Um candidato que promete 400 casas durante a campanha eleitoral para os primeiros meses de governo, ou ele não tem consciência do que diz, ou engana o povo. Estas casas já eram para ser construídas. Eles não ganharam as casas durante a campanha? Porque só agora estão com esta polêmica? Eles já deveriam ter o terreno para as moradias conquistadas. Pelo jeito aqui em Guaíra está virando moda prefeito enganar o povo. Isto tem que acabar! O povo não merece isto. Tem tantas outras promessas que não se tornaram realidade e que se formos citar aqui, nós utilizaríamos todo este jornal. Chega de ilusão. Da próxima vez, espero que façam campanha política dentro da realidade. Mas, quero responder a sua pergunta. Se entrar um projeto hoje para usar aquele terreno da APAE para a construção de casas, eu antecipo para vocês que meu voto será contra, e contra com “C” maiúsculo. Tenho princípios, fui criado dentro de padrões de honestidade e respeito ao próximo. Não vou carregar nas minhas costas o peso de ter prejudicado a APAE. Se for para ajudar a entidade, por favor, quero ser o primeiro a ser convocado.
Fonte: www.guairaemfoco.com

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