Justiça aciona repórter da Band


O Ministério Público Federal da Bahia entrou com uma representação na Justiça, nesta quarta-feira 23, contra a repórter Mirella Cunha, do programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes. A ação foi movida por intermédio do procurador da República Vladimir Aras, que considerou o comportamento da jornalista uma violação aos direitos constitucionais de um preso.
Em entrevista ao portal iG, Aras afirmou que a emissora e a equipe de reportagem também podem ser indiciadas. O procurador entende que em uma situação como essa o repórter não é o único responsável.

Em sua reportagem, Cunha zomba de um jovem preso ao acusá-lo de estupro. Ele assume ter assaltado uma moça, mas nega várias vezes tê-la estuprado. Para provar sua inocência, pede para que a vítima seja submetida a uma análise médica. Confuso, solicita que façam o exame de “próstata” em vez de corpo de delito. A repórter o chama de estuprador e tira sarro pelo fato de ele não saber ao certo para que serve o exame.

Para o procurador, na entrevista há indícios de abuso de autoridade, de ofensa a direitos da personalidade, bem como de descumprimento da Súmula Vinculante (SV) 11 do Supremo Tribunal Federal (STF), que limita uso de algemas a casos excepcionais.

Aras também solicitou que a Secretaria de Segurança Pública da Bahia informe se há algum regulamento infralegal quanto à proibição de exposição de presos a programas como o Brasil Urgente dentro das delegacias de polícia de Salvador. Pede ainda que remeta ao MPF uma cópia do auto de prisão em flagrante do entrevistado.

O MPF vai solicitar ao MP estadual que atue junto ao caso para investigar a conduta da equipe de reportagem dentro da delegacia policial. A representação também foi encaminhada à Defensoria Pública da União, para ciência e eventual exercício de suas atribuições na tutela do entrevistado, e à produção do Brasil Urgente para que preserve a fita bruta (sem edição) do programa e a encaminhe ao MPF no prazo de cinco dias.
Fonte: www.cartacapital.com.br

Comentários