Obras no lago foram concluídas a tempo

Da Prefeitura Municipal, Guaíra/SP

Diferente das previsões pessimistas e as opiniões distorcidas quanto à data certa de executar as obras no lago Maracá, transformando uma tragédia climática em uma oportunidade de resgatar o projeto de Burle Marx, as ações ocorreram no momento certo. As obras estruturais no leito terminaram na sexta feira, 31 de outubro, e já no sábado, dia 1º, já foram registradas fortes pancadas de chuvas na cidade. 

Momento mais oportuno impossível, o Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – prognostica chuvas para região em toda a semana. 

 Parado em meados da década de 1990 as obras de urbanização e paisagismo do parque Maracá sempre foram vistas pelos guairenses com orgulho. Então durante as obras os caminhões e máquinas no leito provocaram espanto e agonia nos guairenses, no entanto o desassoreamento do leito era previsto como alternativa de recuperação do manancial em estudo realizado pelo geólogo, Antonio Melhem Saad - doutor e Mestre em Ciências na área – em junho de 2008.
A época da obra foi determinada por planejamento logístico, embasado em levantamentos da Secretaria de Engenharia, Coordenadoria de Agricultura e Chefia do Meio Ambiente. Era preciso esperar o momento em que a seca estivesse no seu auge e o lago com o menor volume no ano. O histórico hídrico no município demonstra que o mês de outubro, é quando os lençóis freáticos e mananciais estão com seus menores volumes. 

 Com vistas no histórico climático e seguindo os trâmites burocráticos para a contratação dos serviços o processo foi iniciado na segunda semana de outubro, com previsão de término em 10 dias. O cronograma foi cumprido, com o desassoreamento da maior parte do sulco, que aprofundou o talude variando de 10 a 30 centímetros. Ação que proporcionará um significativo ganho na capacidade de acúmulo de água no lago. 

No entanto, conforme estudos biológicos, para preservar a vida, uma parte dos sedimentos foi mantido no lago, este material rico em material de reprodução da vida aquática, como ovas de peixes deve promover a regeneração das: floras e fauna banhado. Principalmente com plantas e peixes nativos do cerrado, bioma em que plantas, lagos e rios estão adaptados a severas secas esporádicas, regenerando-se quando as chuvas voltam.

O sedimento retirado de parte do manancial serviu para a formação de outras estruturas previstas no plano original, como uma grande ilha, com mais de 3.600 metros quadrados, no extremo oeste da lagoa, próximo às nascentes, os laguinhos, e outras três ilhotas ligadas a península (que tem ligação com a margem) mais antiga. Jardins elevados no espelho d’água que se integrarão a aprazível paisagem da margem sul, onde está instalada a famosa escultura de Tomie Ohtake. 

 PARCEIROS DE GUAÍRA 

Executadas com recursos próprios as obras foram licitadas em R$ 77 mil, custos reduzidos devido ao senso de cidadania e amor pela cidade de guairenses que colaboraram com o projeto. Caso do agricultor João Dias de Assis, que forneceu as pedras das estruturas das ínsulas. Suprimento que foi complementado por doação da empresa Predilecta, que também forneceu adubo orgânico e o empresário, Aluisio Serafim Aguetoni (Grupo Aguetoni) que doou seis toneladas de calcário. Insumos que serão de vital importância, porque o sedimento usado no enchimento das ilhas é altamente ácido e de baixa fertilidade, sendo necessárias maciças: calagem e adubação, antes do plantio de árvores e arbustos. 

Neste projeto o prefeito, Sérgio de Mello teve o apoio do companheiro de legenda, Marcio Augusto Bianco, que foi o intermediador dos colaboradores e acompanhou toda execução da obra ao lado da equipe de engenharia e meio ambiente da Prefeitura. 

MAIS OBRAS 

 Mais do que as novas ilhas e desassoreamento do lago, os planos do atual prefeito avançam no intuito de recuperar o projeto do cartão postal do povo guairense. No Ministério do Turismo já existe o empenho e um projeto para iluminação da porção mais escura do parque, partindo da altura do Palmares Hotel seguindo até o parque de exposições Ademir Jovanini Augusto. 

São recursos no valor de R$ 300 mil conseguidos por intermediação do deputado federal, Dr. Ubiali, para os quais o projeto já recebeu chancela técnica e a previsão da licitação é para o mês de janeiro de 2015.

 A planta prevê a iluminação, construção de alamedas, instalação de lixeiras, jardinagens e outros equipamentos públicos previstos na concepção do paisagista Burle Marx, na primeira metade da década de 1980. 

RETOMANDO E PROTEGENDO

 “Ilha, ilhotas e desassoreamento concluídos com êxito. Agradecimentos pelas doações aos senhores João Dias de Assis (pedras), Aloisio Aguetoni (6 ton calcário), Adilson (ADS Engenharia) e amigo Marcio Augusto Bianco dedicação. Tenho certeza que nosso bondoso Deus vai manter as chuvas para encher o nosso lago e o Parque Maracá ficará ainda mais belo” declara emocionado o prefeito que já iniciou uma mobilização por um plano diretor e de proteção do parque e lago. 

Mello lembra que uma mobilização popular em 1990 deu origem a Adema - Associação de Defesa do Meio Ambiente e a garça se tornou símbolo na defesa do parque Maracá e do projeto Burle Marx. Lembra-se também que em 2007 surgiu a Apama – Associação de Amigos do Parque Maracá - lamentando que atualmente ambas estão inoperantes.

 “Estou sendo procurado por membros do Conselho Municipal do Meio Ambiente preocupados com possível impacto ambiental devido à construção do novo prédio da Câmara Municipal em terreno público que serve como área de recarga do lençol freático na bacia do Lago Maracá. Acabo de receber e ler parecer técnico do Geólogo Antonio Melhem Saad, M.Sc (Mestre em Ciências – tradução) e doutror que reforça as preocupações com riquezas de detalhes. Executivo, Legislativo e sociedade civil terão que discutir e decidir, antes que o Ministério Público o faça por nós”, ressalva Sérgio, preocupado depois de ouvir as considerações de Saad sobre a edificação de bairros na gleba acima do lago. O geólogo lembrou que é necessário criar políticas de estímulo a não impermeabilização das áreas particulares e evitar a qualquer custo a cobertura em áreas públicas. Medidas que amenizariam os danos às nascentes do lago

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