O dia que a Câmara tremeu


Por Adeir Alves: 

 A primeira sessão ordinária deste ano da Câmara Municipal que aconteceu no último dia 06/02 surpreendeu a todos com um grande número de críticas ao Governo Municipal. 

 Os questionamentos foram diversos em vários setores da administração pública, foi na verdade uma enxurrada de críticas que sinaliza para a fragilidade do Executivo Municipal. 

 Mas, entretanto, um fato lamentável que precisa ser refletido em nossa comunidade e receber o apoio incondicional de todos os nobres vereadores ao discurso da vereadora Maria Adriana Barbosa de O. Gomes (PT), isso independente de partido político, é o direito constitucional à liberdade dos legisladores. Fingir que nada está aconteceu é erguer uma cidade ancorada no conceito da supremacia anacrônica do Executivo Municipal, é retroceder os princípios básicos de nossa democracia! É o momento oportuno para unir todos os vereadores iluminado pelo farol de esperança – que o autoritarismo não sobreponha a autoridade da vereança - que suas atribuições emanadas pelo desejo popular possam apagar às chamas da injustiça abrasadora. 


 É um momento comovente que todos os parlamentares precisam se unir independente da sigla partidária e ideologia política, o propósito precisa ser um só, a liberdade dos nobres vereadores exercerem seu mandato sem medo de fiscalizar as ações do Poder Executivo. Todo direito constituído, sem exceções, são os pilares da democracia Brasileira, a essência da unanimidade de representar o povo acima de tudo é o combustível que alimenta a Câmara de vereadores.

 Cercear o trabalho de um vereador é, sobretudo, silenciar um povo, é atravancar o processo democrático, é sepultar o sonho dos mais pobres serem livres de dependências de uma ou outra ajudinha política durante o período eleitoral municipal.

 Fazendo uso de suas atribuições legais, a legisladora Maria Adriana chamou a atenção de todos quando abordou seu emocionante questionamento, segunda a parlamentar ela foi informada através de denúncia a respeito da iluminação do Almoxarifado, a vereadora seguiu afirmando que compareceu ao local e viu como estava a iluminação, que, segunda ela, é uma questão de segurança para esses funcionários, e ainda a vereadora disse: Pasmem fui informada que foi aberto um questionamento para ver se a vereadora havia adentrado nas dependências do Almoxarifado à noite, porque se ela entrou no referido horário daria até cassação de mandato. A parlamentar seguiu afirmando em seu discurso profícuo: Qual era a preocupação como o mandato da vereadora, será que eu estou perturbando tanto vocês? Será que eu não posso fazer os questionamentos que eu tenho feito, a fiscalização que eu tenho feito? Será que é proibido? Olha vamos repensar! A nobre legisladora ainda seguiu dizendo: Intimando funcionário público, amedrontando funcionário público, isso não pode acontecer, eu não vou aceitar, eu exijo respeito comigo enquanto pessoa, cidadã e vereadora, não adianta me intimidar e amedrontar, não adianta fazer qualquer coisa comigo porque eu fiz um compromisso com a população desde quando fui eleita, trabalhar com ética, respeito e compromisso com a população de Guaíra e é isso que eu tenho feito... A única pessoa que me impede de fazer qualquer coisa é aquele senhor lá de cima. A nobre parlamentar aproveitando o momento triste expôs uma reflexão quase em lágrimas: “A vida é uma constante batalha do BEM quanto o MAL e nós temos o poder de escolher entre o lado que vamos lutar, vamos lutar do lado do BEM ou do MAL, eu escolhi lutar do lado do BEM porque a verdade sempre prevalece e o Mal sempre perde porque o Bem sempre vencerá” finalizou Maria Adriana. 

 Um verdadeiro desabafo nutrido por um discurso emocionante que arrancou lágrimas de nossa comunidade, a Casa de Leis tremeu!

 Foi de grande importância o discurso proferido pela vereadora Maria Adriana, é um sinal que algo precisa ser feito, para evitar no futuro constrangimentos entre os poderes Legislativo e Executivo, contudo, é nos aprofundando na reflexão crítica sobre as ações do Poder Executivo que podemos mudar Guaíra, para melhor é claro! 

 Reduzir o poder de vereança é aclamar um estado de autoritarismo, é acender à luz dos porões da fraqueza moral, é pôr a Câmara Municipal em ruínas.

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