Um Parlamento arrefecido e uma imprensa domesticada

Adeir Alves: 

 Semanada passada, Guaíra passou por um momento triste referendado pela dificuldade em gerenciar à saúde pública. O notável episódio envolvendo uma munícipe, que deu à luz na calçada, gerou comoção à sociedade; algo efetivo tem que ser realizado na pasta da saúde pública!? 

 Nossa Santa Casa atolada em dívidas, o Pronto Socorro precisando de reformas, para melhor atender aos usuários, que são, na sua grande proporção, os mais pobres. Nenhum vigoroso questionamento sobre esse deselegante acontecimento fora ressaltado pelos órgãos de imprensa, pelo contrário, houve uma ampla divulgação da nota  da Instituição, tentando justificar o porquê fora realizado o parto na calçada, lamentável! 

Nada está tão ruim que não possa piorar, a rede de televisão, a “EPTV” de Ribeirão Preto(SP), destacou o inconveniente fato em seu horário jornalístico - entretanto - mais uma vez a cidade é vinculada, na região, com notícias que não estão adequadas à eficiência de as repartições públicas, ilustrada no artigo 37 da Constituição Federal (CF). 

 Enquanto a imprensa tenta emergir um governo naufragado nas incertezas, os governados, como nunca antes, convivem com a fragilidade nos serviços públicos.

 “Há uma sociedade refém de um círculo vicioso entre imprensa e classe política”. 

 “O vocábulo vereador tem origem na palavra ‘verea’, que significa verada caminho, ou seja, é a pessoa que anda pela comunidade, a fim de zelar e vigiar o bem-estar de sues representados”. A Câmara Municipal é a representante legitima de seu Povo, garantindo os direitos sociais, individuais, liberdade e justiça; mas o que estamos evidenciando, é um parlamento arrefecido em suas atribuições, precisando de uma injeção de ânimo. 

 “No exercício do mandato, o vereador terá livre acesso às repartições públicas, podendo diligenciar pessoalmente junto ao órgão da administração (...) conforme enfatiza o artigo 24 da Lei Orgânica Municipal (LOM)”. Na verdade, cabe ao eleitor cobrar de seus representantes  uma posição atuante e fiscalizadora. 

 Mas não vimos nenhum vereador falar nada sobre o ocorrido com  a munícipe grávida da semana passada, também não fora feito, até o momento, nenhuma fiscalização por parte da Casa de Leis. Também não tivemos notícias de nenhum vereador que visitou a adolescente e sua família prestando solidariedade e oferecendo-se para auxiliar neste momento, bem como orientar e dar apoio no que tange à Justiça, para apurar se houvera negligência ocorrida? Será que vai esperar perder mais vidas ou mais pessoas serem negligenciadas.

Até agora também não foi aberto nenhuma CPI para apurar a dívida da Santa Casa e procurar os possíveis culpados. Até porque segundo o portal da transparência, até o dia 20/09 havia sido repassado pela Prefeitura 14 milhões com o aval da Casa Legislativa à Santa Casa, ou seja, é muito dinheiro, por isso, é importante que houvesse transparência e apresentação da prestação de contas demonstrando como está sendo gerido esse montante repassado. 

 Por fim, nesta semana, um vereador da base aliada do governo tentou contato com a direção do Hospital para falar sobre uma reclamação de uma cidadã e sequer foi atendido e nem retorno teve. Senhor Prefeito, pode isso? Senão atende a um nobre legislador, que dirá a população, está errado isso. No entanto, o parlamentar deveria procurar o Ministério Público, pois está ali representando a população, cumprindo com os seus direitos assegurados em lei municipal. 

“O direito político, cuja sua participação no governo é livre, no entanto ao cerceá-lo, há uma diminuição dos aspectos relevantes aos direitos de a comunidade atribuir seus anseios a suas autoridades representativas”.

Será que não está na hora de trocar essa interventora, será que não seria a hora de o nobre Vice-Prefeito entrar em cena e assumir essa profícua função, colocando toda sua experiência administrativa em ação e colaborando com nossa cidade trazendo economia aos cofres públicos? 

 Esperamos que a promessa de campanha do atual Chefe do Executivo se torne realidade fazendo da nossa Santa Casa padrão Henrique Prata, que toma conta do Hospital do Amor; porque até agora não saiu do papel, assim como a clínica da mulher.

 Contudo, compete a cada um de nós fazermos a nossa parte participando ativamente da vida do município. 

Sobre os donos (as) da imprensa, são apenas uma matilha domesticada a verbas públicas! 

 “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” Geraldo Vandré

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